GENTE CHATA NA IGREJA (PARTE I)

Todos nós conhecemos e convivemos com gente chata. Sempre há um chato cruzando nosso caminho. Em restaurantes, fala-se na existência dos gastrochatos, isto é, gente que sempre tem uma reclamação sobre a comida servida e faz milhões de exigências. 

Certa vez, uma agente de pastoral disse-me que eu estava chato. Lembro-me que, naquele dia, eu reclamava de tudo e de todos e isso não me ajudou a evangelizar. Da mesma forma que eu "estava chato", há muitas pessoas que também estão chatas na Igreja. Até aí, tudo bem! Mas existem pessoas que não apenas estão chatas, mas se tornaram chatas e, hoje, são chatas.

O QUE SÃO PESSOAS CHATAS?

Pessoas chatas são aquelas que tendem a ser irritantes, aborrecidas ou incômodas em interações sociais. Elas podem se destacar por várias razões e assumem características de fácil identificação. Eis as principais:

a) Negatividade: Pessoas chatas muitas vezes se concentram no lado negativo das situações e podem arrastar os outros para baixo com suas atitudes pessimistas.

b) Falta de empatia: Elas podem não estar interessadas nas preocupações ou sentimentos dos outros e, assim, parecem insensíveis ou egoístas.

c) Falta de senso de humor: Elas podem levar as coisas muito a sério e não entender ou apreciar o humor, tornando as conversas tensas.

d) Repulsa social: Alguns indivíduos chatos podem ter comportamentos socialmente inapropriados, como invadir o espaço pessoal, interromper constantemente ou não respeitar as regras sociais.

e) Monotonia: Pessoas chatas frequentemente repetem os mesmos tópicos, histórias ou reclamações, tornando as conversas previsíveis e entediantes.

f) Críticas constantes: Pessoas chatas muitas vezes criticam ou reclamam de maneira constante, sem reconhecer as coisas positivas ou demonstrar gratidão.

g) Narcisismo: Algumas pessoas chatas podem ser excessivamente autoindulgentes, sempre falando sobre si mesmas e suas realizações, sem interesse genuíno nos outros.

Quando pensamos na vida de Igreja, Jesus Mestre é o modelo de todo relacionamento. O esforço empático que necessitamos é uma lição a ser aprendida à luz do Evangelho. Primeiro é preciso "tirar" a trave do próprio olho (Mt 7,5) e perceber minhas próprias chatices. Também é importante lembrar que a percepção de alguém como chato pode variar de pessoa para pessoa e dependerá das preferências pessoais e da tolerância de cada um em relação a diferentes tipos de comportamento. O que uma pessoa considera chato, outra pode achar aceitável. 

Portanto, como Jesus Mestre, é fundamental tratar os outros com empatia e compreensão, mesmo quando eles apresentam comportamentos que consideramos chatos. (Continua...)

ORAÇÃO: Senhor Jesus Cristo, Mestre de mim, tomai meu coração e, abrindo-o com a chave de vosso amor, façais dele um jardim acolhedor do outro que, assim como eu, tem seus erros e suas falhas. Enchei-me de ternura e compaixão, a fim de que eu seja uma luz de alegria para meus irmãos e irmãs e, sempre convosco, não perca o bom humor e a esperança na vida. Assim seja.

Pe. Demetrius Silva