Disse Jesus: "O
homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne. Portanto, eles
já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve
separar. (Mc 10,7-9)
O Papa
Francisco reformou nestes dias o processo jurídico de análise das causas de
nulidade matrimonial. O processo foi
simplificado, reduzindo tempo e gastos. Assunto divulgado em todas as mídias,
tal reforma ganha repercussão em todos os países e igrejas locais.
Uma pessoa
me procurou e me perguntou: Padre, agora eu posso "anular" o meu
casamento?" A resposta é: Não!!! Não pode anular seu casamento!!!
Ninguém
pode anular um casamento. Anular quer dizer que algo que existia deixa de
existir. Anular um casamento significa dizer que um casamento que existia
deixou de existir. Isso não é possível
no sacramento do matrimônio. O que Deus uniu, o homem não separe!
Sim, o que
Deus uniu, ninguém tem a autoridade de separar.
Nem a Igreja, nem o Papa tem o poder de separar um casal verdadeiramente
unido pelo vínculo do sacramento do Matrimônio. Somente a morte...
As notícias
da mídia veiculam a ideia de que o Papa Francisco mudou a Tradição da Igreja e
sua Doutrina dizendo que ele abriu as portas para "anular" casamentos
facilmente. Não! Não existe anulação de casamento na Igreja. Uma vez unido por
Deus, só a morte desfaz a união.
Então, o
que a igreja faz? A Igreja verifica se o casamento foi verdadeiramente unido
por Deus. Por exemplo: um casamento feito
de maneira forçada não pode ser abençoado por Deus, pois Deus não abençoa a
mentira. Um casamento forçado, apesar de ter sido celebrado, não existiu para
Deus. Se a Igreja encontrar evidências de que o casamento foi forçado e um dos noivos foi obrigado a ser casar, a Igreja declara que o casamento não existiu,
pois Deus não uniu.
Dizer que um casamento não
existiu é declarar que ele foi "nulo". Isso, NULO, sem o "a".
Nulo quer dizer que não existiu, pois Deus não uniu. Mas, para declarar um
casamento nulo, os separados devem provar que o casamento reuniu elementos que
provam sua inexistência. E, para isso, os separados devem mover um processo no
tribunal da Igreja.
TRIBUNAL!!!
Sim, tribunal. A Igreja possui seu código de Leis, o Direito Canônico. Possui
tribunais onde os problemas são elucidados e o casos são julgados de acordo com
o Código de Direito Canônico. Tem juízes, advogados, audiências, julgamentos...
E, por fim, burocracia, muita burocracia.
Mover um
processo no tribunal envolve muitos gastos e burocracia. O que o Papa Francisco
fez foi reduzir a burocracia e, com isso, reduzir gastos. Um processo podia
durar anos no tribunal e era julgado em duas instâncias e até numa terceira.
Simplificando o processo, basta a decisão numa instância, e, os casos especiais
serão julgados no tribunal da Santa Sé.
Assim, o
processo no tribunal eclesiástico foi simplificado, mas isso não significa que
a Igreja escancarará a porteira e passará a "anular" todos os
casamentos. O julgamento será mais rápido e o processo mais barato. Mas, se não
houver provas de que o casamento não existiu, a nulidade não será declarada.
Porque o que Deus uniu, o homem não deve separar.
Oração: Senhor Jesus Cristo, Mestre de mim, diante desse mundo que optou pelo descartável, o amor está ferido no coração de muitas pessoas. Iluminai as profundezas de minha alma para que eu possa investir todas as minhas energias em Vós e em vosso amor. Assim seja! Amém!
Pe. Demetrius dos Santos Silva
Sempre sábio e abençoado nas palavras. Excelente explicação. Obrigada, Pe Demetrius.
ResponderExcluirObrigado pelo apoio. Paz e bem!!!
ExcluirA sua benção Padre, muito bom o texto... Meu nome é Carlos Eduardo, mas todos me conhecem por Cadu, sou ministro da palavra da paroquia Santana - Sumaré. Tenho um blog chamado Pra Evangelizar (https://praevangelizar.wordpress.com/) e gostaria de pedir sua autorização para publicar esse e outros textos do teu blog em nosso site.
ResponderExcluirCadu, paz e bem! Pode usar qualquer texto. É só citar a autoria. Fico feliz em poder colaborar com você. Esteja a vontade e boa sorte. Sabendo disso, vou escrever mais. Um abraço em Cristo!
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